Não de times, mas de tempos opostos.
Nos primeiros 45 minutos a seleção brasileira fez sem dúvida seu melhor primeiro tempo na copa.
Com toques rápidos, sempre forçando jogadas de primeira o Brasil fez 2 (um impedido e corretamente anulado) mas poderia ter feito 3 ou até mesmo 4, o time canarinho, que estava de azul, sobrava em campo.
A Holanda mostrava nervosismo e assistia o Brasil jogar, com um respeito/medo estampado em seus jogadores.
Foi assim nos 45 iniciais. Final do primeiro tempo Brasil 1 Holanda 0.
Confesso que almocei tranquilamente já pensando na próxima partida, mesmo com o resultado de apenas 1 a 0 no placar no intervalo do jogo. Não dava pra imaginar uma reação naquela Holanda “perdida” no gramado.
Pensei em tudo isso durante os 15 minutos do intervalo.
Mas foi justamente esse intervalo que definiu o jogo.
Os 15 minutos de parada fizeram muito bem aos holandeses.
Vão se passar anos e várias histórias sobre o mundial de 2010 serão contadas.
Irão dizer que o Brasil não teve seus melhores jogadores nessa copa (concordo), não teve um técnico experiente à beira do gramado quando foi preciso (concordo também), aparecerão aqueles que dirão que a copa tava vendida, como sempre acontece quando voltamos mais cedo para a casa (aí como diria Neto: é brincadeira né ??). Ainda existem os que vão falar que o azul da camisa deu azar e por ai vai. Pra mim tudo balela.
No futebol de hoje é assim, aqui no Brasil, na Holanda, e até mesmo na terra das vuvuzelas.
Futebol é um esporte jogado muito mais com o cérebro do que com as pernas.
O emocional é tão ou até mais importante, que habilidade individual ou aplicação coletiva.
Os holandeses souberam se aproveitar de “10 minutos de bobeira” do time brasileiro, e por isso seguem vivos na copa.
Perdemos para a Holanda.
O primeiro gol tomado pelo Brasil definiu todo o resto da partida.
A partir da falha de seu maior nome nessa copa, o goleiro Júlio César, o time de Dunga não jogou mais.
Só se via os laranjas jogando no gramado ruim de Port Elizabeth.
Eles ganharam, e ganharam com méritos.
Snejder já é sem dúvida um dos melhores dessa copa.
Usou sua perna esquerda (a ruim) para cruzar uma bola “morta” que acabou resultando no gol de empate.
No segundo, o camisa 10 completou de cabeça depois de uma desviada no primeiro pau, numa jogada “estilo Libertadores da América”, (é o futebol globalizado), fazendo Holanda 2, Brasil 1.
O que se viu a partir disso foi a “crônica da tragédia anunciada”.
Um Brasil atrás do marcador, sem criação no meio campo. Se arrastando, com Lúcio e suas arrancadas, e sem opção no banco de reservas.
Não se pode negar que teve “uma luz” no passe para o gol de Robinho. No mais ele fez exatamente o que se esperava dele. Sem pegar no pé, mas o volante da Juventus é exatamente esse que vimos em campo contra a Holanda. Hora ou outra ele ia aparecer.
Mas como já disse não devemos crucificá-lo, pois se está lá “jogando tudo que sabe” é porque alguém o chamou.
Sei que é fácil dizer agora, mas quem é que não sabia que isso iria acontecer ??
Não a derrota, pois não sou pessimista, mas a dificuldade brasileira em criar jogadas.
O time de Dunga foi feito para contra atacar, sempre com velocidade. E por isso sofreu a falta de um “maestro”.
Não conseguiu cadenciar a partida.
Por isso perdeu o jogo e a copa.
Dunga sabe onde errou, pois optou por “coerência” e “comprometimento”.
Pra mim são virtudes importantes, pois pelo menos não vimos jogadores rindo e abraçando adversários no fim do jogo como em 2006 depois de perder para a França.
Vimos jogadores cabisbaixos, chorando literalmente derrotados. Não teremos noitada hoje a noite, como foi em 2006.
Mas não se pode convocar apenas por “coerência” e “comprometimento”, Dunga também sabia disso.
O confinamento, as brigas com a imprensa, jogadores que não davam entrevistas, tudo isso levou o Brasil a exatamente o mesmo lugar da última copa, as quartas de final.
Ou seja, o “circo” de 2006 e o “cerco” de 2010 deram na mesma.
Holanda avança, Brasil vem para casa, pra organizar “sua festa” em 2014.
Notas ??? Ta difícil ... Mas vamos lá ....
1. Júlio César (5,5),
2. Maicon (6,5),
3. Lúcio (6),
4. Juan (7),
6. Michel Bastos (6) (16. Gilberto 15 do 2º (5,5));
8. Gilberto Silva (5,5),
5. Felipe Melo (5);
13. Daniel Alves (6),
10. Kaká (6),
11. Robinho (6);
9. Luís Fabiano (5,5) (21. Nilmar 31 do 2º (5,5)).
Melhor Jogador do Brasil ou Menos Ruim - 4.Juan