sexta-feira, 2 de julho de 2010

MELOU ...

O que era para ser um jogo de iguais acabou se transformando em jogo de opostos.


Não de times, mas de tempos opostos.

Nos primeiros 45 minutos a seleção brasileira fez sem dúvida seu melhor primeiro tempo na copa.

Com toques rápidos, sempre forçando jogadas de primeira o Brasil fez 2 (um impedido e corretamente anulado) mas poderia ter feito 3 ou até mesmo 4, o time canarinho, que estava de azul, sobrava em campo.


A Holanda mostrava nervosismo e assistia o Brasil jogar, com um respeito/medo estampado em seus jogadores.

Foi assim nos 45 iniciais. Final do primeiro tempo Brasil 1 Holanda 0.


Sinceramente, eu que esperava uma partida complicada, resolvida nos detalhes, já vislumbrava um Brasil e Uruguai (aposto na celeste) na próxima fase.


No começo da copa, diferente dos críticos ferrenhos, havia previsto o Brasil entre os 4 finalistas da competição. Não pela maneira de jogar, mas pela aplicação tática. Eu não “concordava” com alguns jogadores, mas acreditava ainda desconfiando, se que isso é possível, no time de Dunga.


Confesso que almocei tranquilamente já pensando na próxima partida, mesmo com o resultado de apenas 1 a 0 no placar no intervalo do jogo. Não dava pra imaginar uma reação naquela Holanda “perdida” no gramado.


Mais uma vez Dunga havia acertado na estratégia, e engolia os holandeses, e eu que achava que o jogo seria muito difícil, já começava a rever meus conceitos sobre futebol.

Pensei em tudo isso durante os 15 minutos do intervalo.

Mas foi justamente esse intervalo que definiu o jogo.

Os 15 minutos de parada fizeram muito bem aos holandeses.


Não quero, e nem acho que seja plausível a crucificação de algum jogador por uma derrota em um jogo como esse.

Vão se passar anos e várias histórias sobre o mundial de 2010 serão contadas.

Irão dizer que o Brasil não teve seus melhores jogadores nessa copa (concordo), não teve um técnico experiente à beira do gramado quando foi preciso (concordo também), aparecerão aqueles que dirão que a copa tava vendida, como sempre acontece quando voltamos mais cedo para a casa (aí como diria Neto: é brincadeira né ??). Ainda existem os que vão falar que o azul da camisa deu azar e por ai vai. Pra mim tudo balela.


O fato que devemos aceitar é que perdemos em campo, para um time que foi mais eficiente e que se aproveitou das falhas brasileiras.

No futebol de hoje é assim, aqui no Brasil, na Holanda, e até mesmo na terra das vuvuzelas.

Futebol é um esporte jogado muito mais com o cérebro do que com as pernas.

O emocional é tão ou até mais importante, que habilidade individual ou aplicação coletiva.

Os holandeses souberam se aproveitar de “10 minutos de bobeira” do time brasileiro, e por isso seguem vivos na copa.


Não, não acho que perdemos para nós mesmos (como sempre se fala no nosso país também).

Perdemos para a Holanda.

O primeiro gol tomado pelo Brasil definiu todo o resto da partida.

A partir da falha de seu maior nome nessa copa, o goleiro Júlio César, o time de Dunga não jogou mais.


E se a primeira etapa brasileira foi a sua melhor em toda a copa, a segunda foi de longe a pior.

Só se via os laranjas jogando no gramado ruim de Port Elizabeth.

Eles ganharam, e ganharam com méritos.

Snejder já é sem dúvida um dos melhores dessa copa.


O meia soube fugir da marcação aplicada de Gilberto Silva. E matou o Brasil.

Usou sua perna esquerda (a ruim) para cruzar uma bola “morta” que acabou resultando no gol de empate.

No segundo, o camisa 10 completou de cabeça depois de uma desviada no primeiro pau, numa jogada “estilo Libertadores da América”, (é o futebol globalizado), fazendo Holanda 2, Brasil 1.


O que se viu a partir disso foi a “crônica da tragédia anunciada”.

Um Brasil atrás do marcador, sem criação no meio campo. Se arrastando, com Lúcio e suas arrancadas, e sem opção no banco de reservas.


Felipe Melo não fez nada além do que vinha fazendo em toda a temporada.

Não se pode negar que teve “uma luz” no passe para o gol de Robinho. No mais ele fez exatamente o que se esperava dele. Sem pegar no pé, mas o volante da Juventus é exatamente esse que vimos em campo contra a Holanda. Hora ou outra ele ia aparecer.

Mas como já disse não devemos crucificá-lo, pois se está lá “jogando tudo que sabe” é porque alguém o chamou.


Não, Dunga não é burro como dizem, ele é coerente. E morreu abraçado com seu time.

Sei que é fácil dizer agora, mas quem é que não sabia que isso iria acontecer ??

Não a derrota, pois não sou pessimista, mas a dificuldade brasileira em criar jogadas.


Repito, defendi e defendo várias “conquistas” de Dunga na seleção, mas ele mesmo sabe que cuspiu muito alto, não tendo dentre seus 23 escolhidos, jogadores de armação, com criatividade e capacidade de segurar a bola, e desacelerar a partida no momento em que se tem que segurar um resultado.

O time de Dunga foi feito para contra atacar, sempre com velocidade. E por isso sofreu a falta de um “maestro”.


Em outras palavras, o Brasil não soube jogar com a bola nos pés.

Não conseguiu cadenciar a partida.

Por isso perdeu o jogo e a copa.

Dunga sabe onde errou, pois optou por “coerência” e “comprometimento”.

Pra mim são virtudes importantes, pois pelo menos não vimos jogadores rindo e abraçando adversários no fim do jogo como em 2006 depois de perder para a França.


Vimos jogadores cabisbaixos, chorando literalmente derrotados. Não teremos noitada hoje a noite, como foi em 2006.

Mas não se pode convocar apenas por “coerência” e “comprometimento”, Dunga também sabia disso.

O confinamento, as brigas com a imprensa, jogadores que não davam entrevistas, tudo isso levou o Brasil a exatamente o mesmo lugar da última copa, as quartas de final.


Ou seja, o “circo” de 2006 e o “cerco” de 2010 deram na mesma.

Holanda avança, Brasil vem para casa, pra organizar “sua festa” em 2014.

Notas ??? Ta difícil ... Mas vamos lá ....

1. Júlio César (5,5),

2. Maicon (6,5),
3. Lúcio (6),
4. Juan (7),
6. Michel Bastos (6) (16. Gilberto 15 do 2º (5,5));

8. Gilberto Silva (5,5),
5. Felipe Melo (5);
13. Daniel Alves (6),
10. Kaká (6),

11. Robinho (6);
9. Luís Fabiano (5,5) (21. Nilmar 31 do 2º (5,5)).

Melhor Jogador do Brasil ou Menos Ruim - 4.Juan
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