domingo, 15 de novembro de 2009

HUMILDADE

Todos já ouviram muitas vezes a palavra humildade. De uns tempos pra cá essa palavra é muito usada, quase como um lema ou uma filosofia de vida. Mas nem todas as pessoas conseguem entender o verdadeiro significado de HUMILDADE.

O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.

Sendo assim, teoricamente, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, todas as “boas sementes”.

A verdadeira pessoa humilde é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com as “frescuras” desse mundo. A humildade é a mais nobre de todas as virtudes, pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.

O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da “falsa humildade” ou da “tola vaidade”.

Orgulho

Sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez. Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba. É o sentimento da própria grandeza real, existente no íntimo de cada ser, mas transbordado ou desviado do seu verdadeiro curso.

Humildade

Do latim humilitas, de humilis (pequeno).

Virtude que conduz o indivíduo à consciência das suas limitações. O humilde não se deixa lisonjear pelos elogios ou pela situação de destaque em que se encontre.

O verdadeiro humilde geralmente não sabe que o é. São as pessoas ao seu derredor que acabam por descobri-lo. Para ele essa condição é tão natural que nem o percebe. Não é o que coloca um verniz por fora para esconder os defeitos interiores.

O humilde coloca-se objetivamente dentro de sua capacidade, observando criteriosamente as suas limitações. Ele não importa saber quem é contra ou a favor, mas simplesmente atende a um chamado interior (da própria personalidade) e segue o seu caminho com uma fé inquebrantável.

A verdadeira humildade é aquela que nos faz ver as nossas virtudes e as nossas limitações, dando-nos a medida exata de ambos. Ela nos auxilia a tomar consciência de nossos limites, alertando-nos a tomar sempre o caminho do meio, da ponderação, do justo procedimento.

Os nossos desejos são infinitos; atendendo-os, podemos nos tornar prepotentes. A humildade ensina-nos a administrá-los de acordo com os nossos recursos pessoais, para não darmos o famoso “passo maior do que a perna”.

A humildade faz parte do indivíduo, sem que ele a perceba. É uma espécie de reflexo congênito. O verdadeiro humilde pratica o bem com naturalidade, sem nenhum outro interesse que não seja próprio bem. Não está preocupado sobre o que os outros pensam dele. Em contrapartida, tão logo nos dizemos humildes, já não o somos mais, porque este pensamento fez-nos despertar o seu oposto, que é o orgulho; O orgulho de ser humilde.

Ou seja, quem se considera humilde, não o é; Pois o verdadeiro humilde não consegue saber o que é ou deixa de ser, em função de sua humildade.

Para evoluirmos em nossas vidas precisamos entender e aceitarmos nossas limitações, se não formos humildes, como vamos detectar com clareza esses limites?

Por exemplo, o orgulhoso: ele geralmente se acha mais merecedor de elogios, de cuidados, do que os outros. Com isso, dificulta o verdadeiro conhecimento de si mesmo. Falta-lhe a autenticidade, ou seja, ver as coisas como realmente elas são.

A pessoa humilde aceita pacientemente as críticas e as observações que lhe são dirigidas. Ela não tem receio de uma reprimenda, de um vexame público, pois sabe tirar proveito das coisas contrárias.

Tem plena consciência de que aprendizado vem pelo erro e aplica a frase latina “corrigitur error” (errando, corrige-se o erro), com maestria.

Existem também os “falsos humildes”.

O falso humilde é aquele que não conhece a si mesmo. Ele está sempre pronto a mudar de idéia frente a uma observação contrária. Se alguém faz um elogio ao seu trabalho, ele diz que foi outro quem o fez; se alguém elogia a sua roupa, automaticamente ele acha uma forma de “tirar seus próprios méritos”, com o objetivo de parecer humilde.

Nós não precisamos cultuar o egocentrismo, mas quando a observação mostra aquilo que realmente somos, devemos aceitá-la naturalmente, sem fugir da realidade.

É um dos principais equívocos da humildade, confundimos simplicidade, humildade com pobreza, com parcos recursos materiais. Ouvimos dizer: “Ela é um pessoa simples, ela é uma pessoa humilde”, referindo-se ao ser humano de poucos recursos materiais. A humildade, porém, é algo inerente à alma de cada pessoa, independe de ser pobre ou rico, inteligente ou não.

O humilde não se deixa lisonjear pelos elogios ou pela situação de destaque em que se encontre. Todo sábio é humilde, porque sabe que só sabe pouco do muito que deveria saber.

Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões. Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.

A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo. Uma pessoa orgulhosa está sempre "muito ocupada" para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.

A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências.

Uma pessoa humilde se compromete e realiza. Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita.

A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser". A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.

O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: "Estou aqui pra fazer apenas o meu trabalho". Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir". A pessoa orgulhosa afirma: "sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo".

A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência. A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.

Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.

Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas, ou por que algum outro orgulhoso tenha lhe dito que tal idéia é a “idéia correta”, o “jeito certo” de pensar sobre o assunto.

Enfim, como se pode perceber, o orgulho impede a evolução das criaturas, e a humildade é a chave que abre as portas da perfeição.

Faça como o MAR que foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os RIOS. E sabendo receber, tornou-se grande.

Talvez se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os RIOS, não seria MAR, seria apenas uma ILHA. E com certeza estaria isolado.

A humildade é o último degrau da sabedoria.
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