domingo, 9 de maio de 2010

SUA MAJESTADE O SAMBA !!!

Considerado o “ritimo oficial do Brasil”, o bom e velho SAMBA, desde seu nascimento sempre esteve em constante evolução. A batida que teve origem nas festas dos escravos rapidamente evoluiu e se difundiu em algumas variações. Ainda na década de 30 surgiram as Escolas de Samba, que já eram, por sua vez, uma evolução dos blocos carnavalescos.

Surgiram no bairro do Estácio, no Rio, e logo se espalharam pelo resto da cidade. O ritmo era outro, mais acelerado, nascia ali o que até hoje chamamos de samba-enredo.

Algum tempo depois outra variação começava a se mostrar: o samba canção. Conhecido como samba de meio do ano, o samba canção era mais compassado e melódico. Nomes como Noel Rosa, Ary Barroso (Aquarela do Brasil), Lamartine Babo, Braguinha (João de Barro) foram seus principais expoentes.

Na década de 50 o samba de gafieira começava a aparecer, novidade influenciada pelos ritmos latinos e americanos. Diferenciava-se mais na forma de tocar, baseada em metais, que conferiam um ritmo mais dançante à música.

Nesse período surgiu também o sambalanço, ritmo que incorporava elementos da música americana, através das orquestras profissionais.

No mesmo momento entre os compositores das escolas de samba dos morros cariocas, respira-se o partido alto, já sob a forma de improvisações e rodas de samba.

No final dos anos 50 e começo dos 60, surge um novo tipo de samba que influenciaria toda a cultura brasileira: a Bossa Nova.

Misturando elementos do samba, do jazz e técnicas musicais eruditas, tornou a música mais sofisticada, rica em harmonia. A novidade porém, afastou o samba de suas origens populares. Com um jeito mais intimista e suave, o estilo ganhou o mundo e marcou uma época boêmia na música brasileira.

No início dos anos 70, músicos novos como Paulinho da Viola e Martinho da Vila, e veteranos como Zé Kéti, Cartola, Nelson Cavaquinho, e Candeia, entre outros, trouxeram de volta a “batida original” ao samba.

Por conta de uma grande influencia da época outra novidade despontava; O Samba Rock. De músicos como Jorge Bem Jor, e Bebeto, que trouxe suingue brasileiro ao rock e rejuvenesceu o samba, atraindo novos públicos para o gênero.

Mesmo sendo muito conhecido por todos, o samba só consolidou sua posição no mercado fonográfico na década de 80, com o surgimento de novos compositores. Foi à vez da fase “romântica”, um pouco diferente das letras bem humoradas, que antes cantavam a malandragem do povo brasileiro.

Os anos 90 viram um novo boom do samba, desta vez representado por grupos de pagode. Deixou-se de lado composições mais sofisticadas e buscou-se a simplificação da harmonia com frases musicais de fácil assimilação, para alegria das massas e das gravadoras. O samba se tornava comercial.

São vários os tipos de samba: samba de breque, samba-canção, samba carnavalesco, samba-choro, samba-enredo (cantado em desfiles de escolas de samba), samba exaltação, samba de gafieira, samba de morro, partido alto e muitos outros.

Hoje há espaço para todos os gêneros. Grupos de chorões espalham-se pelo país. A bossa nova continua fazendo sucesso e gerando variações, como a new bossa, chegando a atingir o status de estilo independente. O samba clássico tem representantes de peso como Paulinho da Viola e Martinho da Vila, entre outros. Zeca Pagodinho, é um dos artistas mais populares do Brasil, com seu samba que mistura pagode e partido alto.

Beth Carvalho, Dona Ivone Lara e Leci Brandão fazem a ponte entre a velha guarda e os novos compositores que tem seguidores como Dudu Nobre e Diogo Nogueira. No pagode, dentre as muitas opções o que se mais destaca, pela linha de samba talvez seja o grupo Revelação, apresenta um samba de muita qualidade e apuro técnico, “obedecendo” a escola tradicional.

Pode se destacar também vários artistas que usam o samba como base mesmo não o tendo como linha original em seus arranjos. Marcelo D2 mistura com maestria a percussão do samba as suas letras de RAP. Há também o quinteto paulistano Jeito Moleque, que apesar de fazer parte dos “pagodeiros” já há algum tempo demonstram uma evolução em seu samba, onde utilizam pandeiro, samplers, surdo e guitarra de uma maneira inovadora.

Por tudo isso o samba hoje em dia continua sendo ingrediente fundamental na MPB, seu tempero esta presente na maioria dos ritmos que se executam nos tempos atuais, ajudando a fazer da música do Brasil uma mistura única no mundo, sem limites nem restrições culturais ou sonoras.
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