Como aconteceu em sua primeira passagem como comandante do time nacional, marcada pela briga com a Globo, ele não quer dar privilégios.
Tratada como as demais emissoras na África do Sul, a Globo voltou a ter tratamento diferenciado em 2014, com Felipão. Foi a primeira a entrevistar Scolari na Granja Comary, ao vivo, com Fátima Bernardes, e chegou até a interromper um treinamento para a gravação do programa do apresentador Luciano Huck.
Ao mesmo tempo em que assegurou a Dunga que ele não precisará dar regalias a Globo, a cúpula da CBF também acalmou a rede de TV, dando garantias de que não será bélico o clima com o treinador.
A segunda hipótese não combina com o jeito como o técnico gosta de trabalhar. Vale lembrar que no Mundial do Brasil Felipão deu outras entrevistas individuais depois de falar com a Globo.
As entrevistas exclusivas deram origem à guerra entre Dunga e a maior rede de TV do país. Já em 2008, o treinador acreditava que parte dos profissionais da Globo queria sua demissão para ter mais facilidade em entrevistar os atletas da seleção. Segundo o técnico, a emissora tentou gravar com jogadores à 1h da manhã nos Estados Unidos, e ele não permitiu.
A situação se agravou na Copa de 2010. Primeiro, Robinho deu entrevista para a Globo em dia de folga e foi repreendido pelo técnico. A partir de então, os jogadores passaram evitar sair da concentração nos dias livres, mas a batalha mais tensa aconteceu na entrevista coletiva do técnico depois do jogo com a Costa do Marfim.
A Globo queria entrevistar alguns jogadores, entre eles Luis Fabiano, num estúdio montado com autorização da Fifa perto dos vestiários, mas Dunga não deixou. O técnico ouviu quando o jornalista Alex Escobar comunicava sua equipe pelo celular do ocorrido e disparou xingamentos, como “cagão”
Na edição da última segunda-feira do “Jornal da Globo'', a escolha de Dunga já foi criticada pelo narrador e apresentador Luís Roberto. Ele disse que esperava algo novo por parte da CBF. Afirmou que a entidade perdeu uma oportunidade [de inovar] e declarou que a mudança no futebol brasileiro precisa ser estrutural a fim de melhorar a formação de jogadores.
Fonte: Rica Perrone