Também não teria os cabelos brancos de Émerson Leão, nem o carisma de Joel Santana. Todos estão desempregados.
Em um meio em que sempre se acha que os nomes são sempre os mesmos e há pouca renovação, a velha geração de treinadores tem mais dificuldade de se manter, e um grupo de jovens (alguns com idade que normalmente seriam comuns apenas para assistentes ou técnicos de categoria de base) começam assumir o comando das equipes.
Sete dos 21 clubes que, de uma forma ou outra, têm direito a um lugar na primeira divisão neste momento começaram 2014 com técnicos desconhecidos há poucos anos: Coritiba, Bahia, Goiás, Grêmio, Portuguesa, Botafogo e Flamengo.
Desses, só o flamenguista Jayme de Almeida fica no meio do caminho entre “novato” e “veterano”, pois está em seu primeiro trabalho com um time principal, mas já tem 60 anos e é o quarto técnico mais velho do campeonato.
O motivo da chegada deles variam.
O motivo da chegada deles variam.
Os altos salários fizeram muitos veteranos terem sua relação custo x benefício colocada em dúvida.
Além disso, os treinadores novos trazem ideias e métodos diferentes, que podem criar um fato novo para o clube. Por exemplo, os estudos e o conhecimento teórico tem mais valor.
“Vem vindo uma geração mais estudiosa do que as antigas”, avalia Vágner Mancini, 47 anos, ex-técnico do Atlético Paranaense. “Acho que hoje, pela facilidade de informação, você consegue se atualizar melhor. A Europa não está tão distante do Brasil, os jogos são mostrados a todo instante, então dá para fazer uma reciclagem anual”.
Dado Cavalcanti faz isso.
Sabe quem foi o português Vitor Frade, professor da Universidade do Porto, e o que é a Periodização Tática, uma metodologia de treino que favorece a intensidade em situações específicas de jogo a volume de treinamento.
Usou GPS no Mogi Mirim, olha estatísticas e gosta de gravar jogos de adversários e do seu próprio time no iPad.
“Tenho a disciplina de buscar coisas novas, não só no aspecto tático”, explica. “Também em treinamentos, convivência com atletas, diálogo, trocar informações, estudar adversários, o que acontece fora do país, na Espanha, em Portugal, na Inglaterra, na Argentina. Essa procura por melhoria e busca de conhecimento é o que pode ajudar nosso futebol a crescer”.
Dado foi campeão estadual com 24 anos pelo Ulbra-RO em 2006. Ano passado, levou o Mogi Mirim à semifinal do Paulistão e ajudou o Paraná a brigar pelo acesso durante boa parte da última edição da Série B.
“Tenho a disciplina de buscar coisas novas, não só no aspecto tático”, explica. “Também em treinamentos, convivência com atletas, diálogo, trocar informações, estudar adversários, o que acontece fora do país, na Espanha, em Portugal, na Inglaterra, na Argentina. Essa procura por melhoria e busca de conhecimento é o que pode ajudar nosso futebol a crescer”.
Dado foi campeão estadual com 24 anos pelo Ulbra-RO em 2006. Ano passado, levou o Mogi Mirim à semifinal do Paulistão e ajudou o Paraná a brigar pelo acesso durante boa parte da última edição da Série B.
O sucesso prematuro ajuda a ganhar o respeito dos jogadores porque os pelos no rosto não fariam isso. Na Vila Capanema, o técnico de 32 anos trabalhou com Lúcio Flávio, 34 , e Anderson, 33. Agora no Alto da Glória, Dado comanda Alex, de 36 anos.
O técnico coxa branca não tem muitos motivos para se preocupar com a diferença de idade para o capitão do time.
O técnico coxa branca não tem muitos motivos para se preocupar com a diferença de idade para o capitão do time.
Alex foi treinado por Marquinhos Santos, 34 anos, em 2013. Marquinhos tem um perfil bem parecido com o de Dado.
Jovem, estudioso, busca informações em outros países, mas tem menos experiência que o companheiro. Não tinha trabalhado no profissional antes de assumir o Coxa, e foi demitido depois de perder do Itagüí, da Colômbia, pela Copa Sul-Americana. Ganhou uma nova chance no Bahia.
“Vejo que os novos treinadores estão vindo com uma capacitação maior, e isso é importante. O próprio atleta hoje é muito mais exigente, e se sentir que o trabalho não é bom, ele mesmo fala com a diretoria e pede mudanças”, comenta o experiente Paulo Angioni, que já foi dirigente de Corinthians, Santos e do próprio Bahia, até maio do ano passado.
Aos poucos isso vai acontecendo.
“Vejo que os novos treinadores estão vindo com uma capacitação maior, e isso é importante. O próprio atleta hoje é muito mais exigente, e se sentir que o trabalho não é bom, ele mesmo fala com a diretoria e pede mudanças”, comenta o experiente Paulo Angioni, que já foi dirigente de Corinthians, Santos e do próprio Bahia, até maio do ano passado.
Aos poucos isso vai acontecendo.
Botafogo, Flamengo e Grêmio disputarão a Libertadores com técnicos de pouco nome.
O desempenho deles na competição pode dar um impulso ainda maior a esse processo, e fazer que outras potências nacionais se aventurem com comandantes dispostos a mudar o sistema de trabalho das comissões técnicas.
Fonte: Trivela