No primeiro grupo, os índices de aprovação dos novos
candidatos em comparação com os que participaram de eleições presidenciais.
Políticos como José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva são
mais conhecidos do que Aécio Neves e Eduardo Campos.
Mesmo assim, chamam a atenção algumas conclusões:
1. Na pesquisa
espontânea (na qual os pesquisados indicam seu candidato espontaneamente),
Dilma recebeu 21% das indicações, Aécio 5%, acima dos 4% de Serra, dos 2% de
Campos e abaixo dos 6% de Marina.
2. Entre eleitores
com ensino superior, Dilma cai para 15%, Marina sobe para 11%, Aécio vai para
7%, acima dos 5% de Serra e dos 3% de Campos.
3. É curioso
avaliar o desempenho de Serra no extrato superior e no extrato inferior de
renda. No superior, fica com 4%, atrás dos 17% de Dilma, 10% de Marina e Aécio.
No extrato inferior, cai para 2%, contra 33% de Dilma, 3% de Campos, 3% de
Marina a 0% de Aécio.
No caso da pesquisa dirigida (aquela em que o entrevistado
recebe uma cartela com nomes de candidatos), Dilma Rousseff reina absoluta em
qualquer cenário. Tem 41% de preferência em um cenário com Marina (22%), Aécio
(14%) e Campos (10%). E com expressivos 22% de brancos e nulos.
Dilma mantém 40% em um confronto com Serra (18%) e Campos
(10%).
Mas o ponto central de análise é a taxa de rejeição. É ela
que determina o teto de cada candidato.
Três candidatos ficam na faixa de 40% de rejeição – Aécio
com 40%, Dilma com 38% e Campos com 39%. Serra salta para expressivos 47% e
Marina cai para cômodos 31%.
À medida que os candidatos se tornem mais conhecidos e a
batalha, mais acirrada, haverá aumento da taxa de rejeição dos demais.
Nas eleições, os candidatos não constroem a imagem de forma
homogênea.
Nas classes de menor renda, sobressaem as impressões sobre cada
candidato, sua capacidade de se mostrar mais ou menos solidário com os mais
pobres.
Fica evidente nas pesquisas a dificuldade do PSDB em
desenvolver um discurso minimamente atraente para essas faixas. Mas é curioso
que o discurso ecológico de Marina – visando os leitores de média e alta renda
– é mais forte do que sua origem humilde – que poderia provocar alguma
identificação nos eleitores de menor renda.
Decididamente, até agora eles não parecem se identificar com
ela.
Há uma faixa de formação de imagem que passa pelo discurso
político, pela visão programática. Nesse campo, Dilma se alicerça no discurso
social do PT e do lulismo. E Marina herdou o contraponto do discurso neoliberal
– que está migrando rapidamente do PSDB para ela.
Aécio e Campos são candidatos ainda à procura do discurso.
Aécio teria algumas boas experiências mineiras para mostrar.
Mas parece preso a um invencível sentimento de inferioridade em relação ao
núcleo paulista do PSDB – que oscila entre o discurso vazio de FHC e o
fundamentalismo de Serra.