Inconformado com a perseguição dos torcedores russos, o jogador admite até a possibilidade de um boicote à Copa do Mundo de 2018, que será disputada na Rússia.
Perguntado se a Rússia deveria resolver o problema do racismo no futebol até o Mundial, Touré foi enfático, falando não apenas por si, mas assumindo um papel de porta-voz dos jogadores negros.
- Claro que sim, é muito importante. Caso contrário, se não nos sentirmos confiantes em ir para a Copa do Mundo na Rússia, não iremos – declarou o jogador.
O CSKA negou, em um comunicado, que tenha havido ofensas racistas contra Touré, alegando que a pressão da sua torcida foi igual para todos os jogadores adversários:
“O mesmo aconteceu com Álvaro Negredo (espanhol) e Edin Dzeko (bósnio). Por que o meia marfinense (Touré) achou que tudo era direcionado a ele não ficou claro”, diz um trecho da nota.
Marfinense como Touré, o atacante Seydou Doumbia, do CSKA, disse que o colega de seleção estava “nitidamente exagerando” nas críticas.
“Não ouvi nada assim (ofensivo) dos torcedores do CSKA. Sim, eles sempre fazem barulho e apoiam o time, tentando colocar o máximo de pressão possível sobre o adversário, mas eles jamais se permitiriam gritar cânticos racistas. Meu colega da Costa do Marfim está nitidamente exagerando”, afirmou Doumbia.
Mas a Uefa, após receber o relatório do árbitro romeno Ovidiu Hategan e do delegado do jogo, confirmaram a abertura de um procedimento investigativo contra o CSKA “por comportamento racista dos seus torcedores”, e também por causa de sinalizadores atirados no gramado durante a derrota para o Manchester City por 2 a 1.