Terêncio de Oliveira Cedro Neto já passou duas vezes pela
Santacruzense e pode ser considerado o grande ídolo do clube nos últimos anos.
Após conquistar o vice-campeonato da Série A3 com o Clube de
Santa Cruz do Rio Pardo em 2011, o atacante que é mais conhecido como Neto
Mineiro se transferiu para o futebol da América Central, mas precisamente para
a Guatemala.
Foram duas temporadas no futebol Guatemalteco, e o atacante que
se casou com uma Santacruzense agora enfrenta os desafios do futebol da Costa
Rica.
E é diretamente de lá, do país descoberto e batizado por
Cristóvão Colombo que Neto mineiro fala ao BLOG...
Em que ano e onde
Neto Mineiro começou a carreira?
Comecei na base do Uberlândia, fiquei pouco tempo depois
joguei no amador e fui convidado a fazer um teste no Olímpia Futebol Clube.
E você sempre foi
atacante?
Sim, mas na base do Uberlândia um treinador me colocou de
volante, lateral, mas depois acabou vendo que eu era mesmo atacante.
Quando o são Caetano
te mandou pra Santa Cruz, em sua primeira passagem pela Santacruzense o que
você sabia da cidade e do time, e quais foram suas primeiras impressões quando
chegou??
Fui emprestado, me chamaram e falaram que seria bom pra eu
ganhar experiência, aceitei na hora, não sabia muita coisa, fui junto com
goleiro Bruno e então foi mais fácil, logo vi que era uma cidade pequena e o
pessoal era apaixonado por futebol.
Historicamente
tivemos vários grandes jogadores canhotos, Rivelino, Maradona e Messi são
exemplos. Na sua posição Serginho Chulapa se destacou e até tinha um estilo
parecido com o seu que gosta de ser referencia na área. Ser canhoto na hora do
mano a mano com o zagueiro realmente ajuda o atacante?
Sim tivemos muitos grandes jogadores canhotos, quase todos
craques. Eu acho que a maioria dos canhotos tem um toque diferente, batem bem
na bola, e acaba ajudando sim.
Depois de duas
temporadas na Guatemala e agora se transferindo para a Costa Rica, você diria
que esse é o melhor momento da sua carreira?
Tive muitos bons momentos na Guatemala durante dois anos, e
agora nessa nova aventura na Costa Rica jogar na Concacaf é interessante. Acho que
vivo um grande momento sim, mas ainda penso que meus melhores momentos foram
com a camisa da Esportiva Santacruzense.
Você atribui a que esse
bom momento?
Graças as Deus as coisas estão se encaminhando. Acho que sempre fui um jogador que trabalhei
com honestidade, forte e sempre me dediquei a cada treino. Também tem a minha família
que é muito importante e Deus também tem me abençoado.
Qual a diferença de
ser jogador de futebol no Brasil e em outro país?
Jogar no Brasil é diferente. A pressão, a competitividade.
Mas infelizmente a grande diferença é o calendário. No caso os contratos mais
longos e melhores financeiramente.
O jogador brasileiro
é mesmo visto de forma diferenciada em outros países??
Sim, você chega e todos esperam que você seja o cara que
resolva o jogo, e também tem muito respeito por você.
Falando em respeito,
ainda se respeita muito a seleção brasileira??
Sim, apesar de muitas coisas que nossa seleção tem passado,
ainda é muito respeitada a camisa da Seleção do Brasil.
Por você estar em um
país de pouca tradição no futebol e ser brasileiro, o respeito acaba sendo
maior??
Na Guatemala acho que
sim, mas aqui na Costa Rica o futebol é mais evoluído, muito parecido com o do Brasil,
mas mesmo assim ainda respeitam muito.
Após o acesso a A2 em
2011 pela Santacruzense você se transferiu para a Guatemala, como isso ocorreu?
Sim. Na verdade eu já tinha acertado tudo 15 dias antes do
termino do campeonato, só faltava assinar o contrato. Um empresário de
Londrina, chamado Helio Camargo foi quem fez o contato e deixou tudo acertado.
Em 2012 você estava
na Guatemala durante o terremoto que matou mais de 50 pessoas no pais, o que
lembra dessa experiência?
Foi muito assustador,
neste dia eu estava no carro com minha família. Gente correndo gritando, desesperados.
A cidade ficou praticamente destruída. Uma coisa que nunca iremos esquecer.
Você que agora está
nas Costa Rica, e é um dos muitos brasileiros que optam por jogar na America
Central, a que você atribui a procura de jogadores de brasileiros a essa região?
Na verdade acho que a qualidade dos brasileiros é a
diferença. E também se adaptam muito rápido a todos os lugares clima e costumes.
Houve um episodio,
durante o campeonato da A3 em 2011 que você recebeu uma proposta de um clube da
Serie A2, e mesmo sendo mais vantajosa financeiramente você acabou ficando, realmente
isso aconteceu??
Sim, tive uma proposta da serie A2 e outra da A3, ambas
melhores financeiramente na época, mas pensei bem, conversei com minha família e
com Deus para me dar direção. No fundo algo me dizia pra ficar que conseguiríamos
o acesso e o titulo naquela temporada.
Nessa mesma campanha
na Santacruzense em 2011, por varias vezes vimos você voltando buscar a bola no
meio campo, chegando ate a ser cogitada a sua escalação como meia de ligação
por parte da imprensa e da torcida. Você fazia isso por vontade própria ou os
técnicos que passaram pelo clube na época te pediam?
Sempre tive a liberdade dos treinadores, mas na verdade foi
minha vontade, pois tínhamos dificuldades na criação e por ser mais velho,
assumia essa responsabilidade. Acho que consegui contribuir bastante o que e
deixa muito gratificado.
Pra você o técnico
ganha jogo??
Sim, mas depende do técnico.
Muito se fala da
defasagem de treinadores do Brasil em relação a Europeus, como são vistos os
técnicos do Brasil la fora?
Na Guatemala e Costa Rica são poucos os brasileiros
trabalhando, mas todos tem uma boa visão sobre eles.
Por falar em
técnicos, dos quais já trabalhou quem você considera o melhor??
São épocas diferentes, mas pra mim os melhores foram
Péricles Chamusca, Lelo e Javier Delgado que atualmente é meu técnico na Costa
Rica.
E o pior?
Um da Guatemala. Muito ruim, mas tinha muita sorte.
Alem de capitão e
ídolo da Santacruzense, você acabou se casando e constituindo família em Santa
Cruz. Pelos laços e pela identificação da torcida da cidade com você, é verdade
que você pensa em encerrar sua carreira jogando na Esportiva??
Sim é verdade. Todas as vezes que joguei na Santacruzense as
coisas se saíram muito bem, e como você sabe tenho um cainho muito especial
pelo clube e toda a cidade. Espero poder encerrar a carreira jogando na
Santacruzense.
Você continua
acompanhando as noticias da Santacruzense? Qual a expectativa que você tem para
o time que volta a Serie A3 em 2014?
Sim, sempre que posso acompanho. Espero que o time consiga
um patrocínio bom para montar um bom time e voltar pra serie A2.
Em nome da torcida da
Santacruzense desejo a você muita sorte agora na Costa Rica.
Muito obrigado a você pela oportunidade e eu gostaria de
desejar a todos os torcedores muitas felicidades e que continuem apoiando o
time nos momentos bons e ruins, pois a torcida da Santacruzense joga junto e
ajuda demais os jogadores. Pra finalizar digo a todos que Neto Mineiro ainda
volta...
E já que deseja encerrar
a carreira com a camisa da Esportiva será que Neto Mineiro gostaria de um dia ser
Presidente da Santacruzense?
Sim. Gostaria.É uma missão complicada, pois sempre falta apoio e
patrocínio, mas acho que a gente que tá no meio do futebol conhece muita gente
e de repente pode ajudar. Mas é sonho e ainda falta muito...